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Louco para alguns e gênio para outros

" Os loucos são como beija-flores: nunca pousam, ficam a dois metros do chão”. (Arthur Bispo do Rosário)

Com o lançamento do filme que fala sobre a médica psiquiatra Nise da Silveira, pioneira na psiquiatria brasileira e na terapia ocupacional , montou ateliês de desenho, pintura, modelagem e costura, no hospital psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. onde os pacientes tinham recursos para se expressar com liberdade.

Foi a partir deste tema que resolvi falar esta semana sobre Arthur Bispo do Rosário, nascido no interior de Sergipe em 1909, na juventude ingressou na marinha , foi boxeador e biscateiro e por fim trabalhador doméstico da família no Rio de janeiro.

Em dezembro de 1938, acordou com alucinações, o que o levou a peregrinar por várias Igrejas anunciando que era um enviado de Deus, alguns dias depois foi fichado pela polícia como negro e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro IIUm mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, sob o diagnóstico de "esquizofrênico- paranóico", onde permaneceu por mais de 50 anos.

Em sua internação ,Bispo do Rosário passou a utilizar de diversos materiais vindos do lixo e sucata, transformando em objetos, uma forma de registrar o cotidiano dos indivíduos de maneira a se preocupar com o valor estético e conceitos de vanguarda. Utilizava da palavra como um elemento forte e importante em forma de signos e códigos.

Quando descobriram seus objetos, o classificaram como arte vanguardista comparados à obra de Marcel Duchamp.

Os temas que explorava: navios (devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, e objetos domésticos . A obra mais conhecida é o Manto da Apresentação.

Na instituição manicomial, ele se recusava a receber tratamentos médicos, dedicou-se a elaborar sua obras. Nos museus, foi consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira.

Arthur Bispo do Rosário vestido com seu "Manto de Apresentação"


Face interna do “Manto de Apresentação”, de Bispo do Rosário - Bordou os nomes de todas as pessoas de sua vida.

"Carrossel", madeira, tecido, cordas


"Roda da Fortuna"- ferro, madeira e saco plástico



"Vinte e um Veleiros"- madeira, plástico e tecido


Arthur Bispo do Rosário faleceu em 1989, mas possui obras expostas no Brasil e no exterior. Um homem que buscou o sentido de sua vida e que marcou sua existência com a expressão artística, nos mostrou como a Arte mesmo com várias formas, pode ser um recurso para colaborar com equilíbrio psíquico.


links para conhecer um pouco mais sobre este assunto




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