A princesa das bolinhas
A junção entre loucura e arte resultaram para esta artista um universo dominado por infinitas bolinhas tornando-a um ícone da arte contemporânea.
A artista japonesa Yayoi Kusama, de 86 anos, sofre de transtorno obsessivo compulsivo e alucinações desde a infância. Ao iniciar um tratamento ainda quando criança, com um psiquiatra que entendia de arte, Kusama descobriu uma forma de traduzir suas alucinações em seus desenhos criando uma identidade visual bem peculiar, e encontrando na criatividade uma forma de cura para sua doença.
Horse Play Happening - Woodstock New York
(Foto: Dazed)
Infinity Mirror Room ( 1965)
Yayoi Kusama começou a pintar usando bolinhas e redes por cerca de dez anos, e criou pinturas fantásticas em aquarelas, pastéis e óleos. Conhecida como A Princesa das Bolinhas, a artista transpõe para telas, roupas, vídeos, esculturas e até para corpos nus as formas e cores psicodélicas que enxerga em suas alucinações.
Em 1957 se mudou para New York onde teve contato com Donald Judd, Andy Warhol, Claes Oldenberg e Joseph Cornell. Foi nesta época que a artista começou a criar esculturas delicadas, conhecidas como "Accumulations"e também desenvolveu performances cobrindo corpos nus com suas características bolinhas, numa espécie de celebração do amor livre.
Compulsion Furniture (Accumulation)
(Foto: Interactive)
Sua obra é marcada por cores vibrantes, vida e brilho e revela sua "loucura e sua cura"como ela mesmo admite. Além de inúmeros trabalhos expostos em grandes exposições internacionais, a artista também produziu estampas para a grife Louis Vuitton.
Louis Vuitton Fifth Avenue
(Foto: Freshness)
Atualmente a artista vive por iniciativa própria em uma instituição psiquiátrica em Tóquio, há mais de 30 anos, onde tem instalado seu ateliê em que ainda produz suas obras impressionantes.
"Minha arte é uma expressão da minha vida, sobretudo da minha doença mental, originária das alucinações que eu posso ver. Traduzo as alucinações e imagens obsessivas que me atormentam em esculturas e pinturas. Todos os meus trabalhos em pastel são produtos da neurose obsessiva e, portanto, intrinsecamente ligados à minha doença. Crio peças, mesmo quando não vejo alucinações", conta a artista segundo o site ArtRio.
Confiram abaixo o trabalho envolvente e colorido da artista.
Infinity Mirrored Room
Obra usando espelhos e iluminação colorida
(Foto: City Weekend)
"Flowers off Shangri-la "(2000)
(Foto: hausderkunst)
(Foto: Desireeo)
Exposição Yayoi Kusama. Obsessão Infinita. Centro Cultural Banco do Brasil Rio. Filmagens.
Em julho do ano passado, tive o prazer de prestigiar sua exposição "Obsessão Infinita" no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo/SP, e é impossível não se envolver com as artes. Com obras realizadas entre 1949 e 2012, abrangendo quadros, vídeos e esculturas, a exposição também contava com ambientes interativos para que o público entrasse de corpo de alma no universo das bolinhas.
Para quem se interessou pela história dela, tem uma matéria completa no site O Globo
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